REVOLUÇÃO FRANCESA
Introdução.
A Idade Contemporânea começa com a
Revolução Francesa, a partir de 1789, e se estende até os dias de hoje. Esta revolução
representa a derrubada do poder absoluto dos reis, o Absolutismo, e a tomada do
poder político pelos burgueses. Os ideais da burguesia vitoriosa se consolidam
no século XIX, nas chamadas Revoluções Liberais, e se espelharam pelo mundo. Na
América, sua influência inspira a independência das colônias de Espanha e
Portugal. A revolução na França em 1789 foi um processo complexo repleto de
reviravoltas, mas ao final a burguesia conseguiu decapitar o absolutismo, tomou
o poder e expandiu os ideais revolucionários pelo mundo, incluindo o Brasil até
então colônia de Portugal. Um exemplo foi à repercussão dos ideais libertários
de "francesa" na Sedição dos Alfaiates em 1798 na cidade de Salvador
- Bahia, divulgados nos papéis sediciosos colocados em locais públicos da
cidade cujo um trecho era: "Todos
serão iguais, não haverá diferença; só haverá liberdade, igualdade e
fraternidade”.
Considerada um dos marcos da História o
evento revolucionário francês é considerado pelos historiadores um divisor de
águas na linha do tempo histórica dada a sua importância que modificou a base
do poder político e social na França. Sob o lema "Liberdade, Igualdade e
Fraternidade" de fundamentação ideológica Iluminista a burguesia se junta
ao povo e pega em armas contra a nobreza pondo fim aos privilégios de nobres e
do clero, liquidando as instituições feudais do Antigo Regime.
De
súditos a cidadãos.
"Avante,
filhos da pátria. O dia da glória chegou. O estandarte ensangüentado da tirania
contra nós se levanta. Ouvis nos campos rugirem esses ferozes soldados? Vêm
eles até nós, degolar nossos filhos, nossas mulheres. Às armas cidadãos. Formai
vossos batalhões. Marchemos, marchemos! Nossa terra do sangue impuro se
saciará".
Este trecho da Marselhesa, canção revolucionária que depois se tornaria o hino
nacional da França, nos dá uma pista da motivação que a maioria da população
sentia para por fim ao regime absolutista de Luís XVI.
No final do século XVIII a sociedade
francesa esta dividida politicamente em três ordens: O Primeiro Estado composto pelo Clero. O Segundo Estado era da Nobreza, os mais privilegiados, sustentados
pelos impostos pagos pelo Terceiro
Estado que, correspondia a mais de 90 % da população composto de burgueses,
camponeses e trabalhadores urbanos.
Nesta época a França atravessava graves
dificuldades econômicas que repercutiam mais perversamente sobre o Terceiro
Estado da sociedade. Além do elevado endividamento externo, o país sofria com
as péssimas safras agrícolas e setor industrial abalado pela eficiente
concorrência dos produtos da Inglaterra. Em suma, o cenário de fome na zona
rural, prejuízos no comércio e falta de trabalho nas cidades compunham o drama
no antes poderoso Império de Carlos Magno. Como solução os ministros de Luis
XVI adotaram uma receita clássica: cobrar mais impostos. Mas não era só isso,
inovaram e ousaram incluir no rateio os nobres e clero, até então isentos de
tributos. Esta solução desagradou às classes dominantes que pressionaram o rei
para abortar a proposta, e a situação política ficou repleta de tensão.
Indeciso Luis XVI foi aconselhado a
convocar a Assembléia Nacional Constituinte. Este modelo de conselho de estado
era representado pelos três estados e cada um tinha direito a um voto, obvio
que se dependesse desta decisão o jogo já estava perdido para o terceiro
estado, pois o placar seria dois a um para nobres e clero. Foi então que
cansado de não ter voz o terceiro estado revolta-se e se auto proclamou como
Assembléia Nacional Constituinte elaborando uma nova Constituição para a
França. Atendendo ao chamado o povo envolve-se no coro dos protestos e em 14 de
julho invadem um símbolo do poder do Absolutismo, a prisão política da
Bastilha. Hoje o local onde ficava a Bastilha totalmente demolida em 1789 é
ocupado por uma praça de mesmo nome. A partir deste momento a permanência da
realeza tornou-se insustentável, nobres começam a abandonar o país e os
revolucionários expandem o movimento para o interior invadindo as propriedades
da nobreza. Neste mesmo ano foi elaborada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, estabelecendo a
igualdade de todos perante a lei e estipulando liberdade individual ao
cidadão.
A
ASSEMBLÉIA
Passados os primeiros atos da revolução
o período conhecido como Assembléia
Nacional constitui-se na formatação do novo modelo do poder político.
Eleita através do voto censitário
(condicionado a faixa de renda) a maioria de seus representantes pertenciam à
elite burguesa. Os deputados estavam divididos em três grupos: Girondinos (representantes da alta
burguesia) sentavam-se a direita do plenário, eram conservadores e combatiam o
crescimento dos "sans-culottes"
(literalmente os sem bunda - ou seja, o povo). Os jacobinos
representantes da média e baixa burguesia sentavam-se a esquerda, eram apoiados
pelas camadas populares e intencionavam aumentar a participação do povo no
governo. No centro localizavam-se o maior grupo, conhecido como grupo do pântano que ora estava com os
girondinos ora apoiava os jacobinos. O texto constitucional manteve a
monarquia, mas instituía a divisão do poder em três partes: Executivo,
Legislativo e Judiciário. Os bens da Igreja foram confiscados e declarava a
igualdade de direitos civis.
Contudo, preocupados com o efeito
dominó que os acontecimentos da Revolução na França poderiam causar as suas
monarquias, os países vizinhos adotaram uma posição ofensiva a fim de combater
os ventos da mudança vindos da
França. Apoiados pelos nobres franceses
refugiados e pelo próprio rei Luis XVI que sonhava em voltar ao poder, Áustria
e Prússia invadem a França. Liderados por Robespierre, Marat e Danton,
jacobinos e sans-culottes organizam o exército, venceram os invasores
estrangeiros e assumem o poder. Formaram as guardas nacionais e iniciam o
período mais radical da revolução - A
Convenção.
A
CONVENÇÃO.
Pressionados pela massa de popular os
deputados formam uma nova Assembléia, desta vez eleita por voto universal com objetivo de elaborar uma nova Constituição. Este
período denominado de Convenção
correspondeu à tomada do poder pelos jacobinos que proclamaram a República e guilhotinaram o rei Luís
XVI capturado durante a invasão pela Áustria, além de vários representantes da
nobreza. Iniciava-se o Período do Terror,
que duraram alguns meses e sob o comando de Robespierre milhares de pessoas
foram condenadas à guilhotina pelo Tribunal Revolucionário, instituído para
prender e julgar traidores. As cabeças "rolaram" e Robespierre perdeu
o controle, talvez a sanidade, quando mandou executar seus antigos companheiros
de revolução, incluindo Danton. O governo jacobino foi popular, pois conseguiu
estabilizar os preços, mas as perseguições levaram à perda de apoio do povo. Os
representantes da Convenção se revoltaram contra Robespierre que acabou preso e
executado. Desta maneira chegava ao fim o governo jacobino. Girondinos e o
grupo do pântano em aliança restauraram o poder nas mãos da alta burguesia.
O
DIRETÓRIO.
O governo do Diretório consolidou as
aspirações da burguesia e seus líderes resolvem redigir outra Constituição. O
período foi marcado por ameaças de invasão externa e amedrontada em perder
privilégios a alta burguesia entregou o poder a um jovem general muito popular
por suas conquistas militares, seu nome, Napoleão
Bonaparte. Alçado ao poder pelo golpe de Estado em 1799, denominado de 18 Bromarão,
Napoleão instala um novo modelo de governo - O Consulado. Neste sistema, a
França era governada por 3 cônsules, dos quais Napoleão era o mais influente.
Em 1804, se auto coroa imperador. Mantém a expansão territorial através de
guerras e consegue aumentar significativamente os domínios territoriais da
França. Neste particular a expansão napoleônica vai propiciar um evento que
terá repercussões para o Brasil. Trata-se da vinda da família real portuguesa
em 1808, fugida das tropas de Napoleão, para saber como uma rainha louca, um
príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram um dos maiores estrategistas
militares da época e mudaram a História de Portugal e do Brasil sugiro a
leitura da obra de Laurentino Gomes "1808".
O Código Civil implantando por Napoleão
foi um dos seus legados no campo do Direito, além de confirmar a vitória da
burguesia influenciou a legislação da maioria dos países europeus que adotaram
seus princípios. Evidente que as guerras promovidas por Napoleão lhe trouxeram
muitos inimigos, porém um erro tático na guerra contra a Rússia, ou melhor,
contra o inverno russo, apressou o fim da era napoleônica. Em 1815 Napoleão foi
derrotado por uma coalizão das potencias européias e acaba preso. Tenta pouco
depois retornar o poder, mas novamente é derrotado e acaba exilado na Ilha de
Santa Helena local onde faleceu.
O
CONGRESSO DE VIENA.
Reunidos para reorganizar o mapa da
Europa profundamente afetado pelas conquistas napoleônicas os principais
líderes da Europa promovem um acordo para devolver o poder político à nobreza,
mas não por muito tempo. A partir de 1830 um movimento denominado Revoluções
Liberais iniciados na França vão sacudir toda Europa e o modelo de Estado
burguês concretizado por Napoleão volta à baila, comprovando que as mudanças
trazidas pela Revolução Francesa vinham para ficar.
Download do trabalho:
http://www.4shared.com/file/EzYTRvzR/Conteudo_da_prova_de_historia_.html?